Ordem, segurança, paz e liberdade.

Hugo Marcelo Balderrama

Por: Hugo Marcelo Balderrama - 16/12/2025

Colunista convidado.
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Ser boliviano tem uma característica muito estranha: viver num ciclo temporal, como se estivéssemos condenados a repetir sempre os mesmos eventos, as mesmas tragédias e as mesmas narrativas mentirosas.

Por exemplo, apenas um mês após Rodrigo Paz assumir o cargo, grupos do crime organizado lançaram uma nova ofensiva contra a segurança nacional. Suas estratégias permanecem as mesmas: 1) explorar um problema social, 2) provocar as forças de segurança, 3) incitar violência extrema, 4) buscar vítimas e 5) se apresentar como vítimas.

Neste momento, minha cidade natal, Cochabamba, já registrou duas mortes devido ao conflito relacionado ao lixo na região de Quillacollo. Entendo que a vida humana é sagrada; ninguém deveria morrer em circunstâncias tão violentas e, ao mesmo tempo, absurdas. Mas podemos culpar o segundo-tenente Castellón por usar sua arma para escapar de uma situação de alto risco ou, pior, acusá-lo de uso desproporcional da força?

Não, mas vejamos os motivos:

Os policiais têm uma dupla responsabilidade: 1) manter a ordem pública e 2) proteger sua segurança física. Portanto, exigir proporcionalidade deles é absurdo, visto que a ordem não é negociada, ela é imposta, e as ameaças são neutralizadas. Além disso, a polícia não estava confrontando um grupo de cidadãos protestando, mas sim uma unidade de comando altamente treinada e violenta. De fato, as próprias autoridades municipais locais documentaram os danos causados ​​às vias de acesso. Ademais, as imagens de vídeo mostram como os assaltantes estavam preparados para queimar os policiais vivos.

Essa narrativa sobre direitos humanos é assunto de muitas ONGs financiadas pelos promotores de agendas globalistas. A esse respeito, Agustín Laje, em seu livro Globalismo, explica:

Internacionalmente, organizações internacionais e ONGs, financiadas por milhões de dólares de grandes fundações filantrópicas, promovem três causas simultaneamente: abolição do sistema prisional, ambientalismo e injustiça racial. Por exemplo, a Fundação Rockefeller afirma em seu site: “Estamos particularmente interessados ​​em organização de base, fortalecimento de poder e esforços eficazes para promover políticas de desencarceramento em nível nacional”.

Na Bolívia, Sacha Llorenti foi um defensor dos direitos humanos no início do século XXI. Seu trabalho consistia em encobrir os crimes cometidos por Evo Morales, Felipe Quispe e outros mercadores de sangue. Ele também foi um dos que apoiaram os julgamentos contra policiais e militares que defenderam o país contra os bandidos do socialismo do século XXI durante o golpe de outubro de 2003. Sua recompensa foi ocupar altos cargos durante a ditadura de Morales e importantes posições na ONU.

É óbvio que a abordagem dos defensores dos direitos humanos, na realidade, favorece os criminosos. Eles não estão interessados ​​no povo ou na nação, apenas no poder.

Em suma, Rodrigo Paz, em particular, se quiser concluir seu mandato, só lhe resta uma opção: estar disposto a cometer suicídio político. Isso significa fazer o que é certo, mesmo acima de cálculos eleitorais para as eleições regionais e municipais, já que não se pode ser gradualista na economia nem indiferente na segurança. O país precisa de medidas econômicas drásticas e de um plano de segurança para combater o crime organizado.


As opiniões aqui publicadas são de inteira responsabilidade de seus autores.