Morte de cruz ao chavismo

Luis Gonzales Posada

Por: Luis Gonzales Posada - 20/05/2023


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Desde o primeiro dia de mandato, o presidente equatoriano Guillermo Lasso, empresário, banqueiro e membro do Opus Dei, esteve na mira do poderoso e rico bloco do socialismo do século XXI, que tentou derrubá-lo a qualquer preço para derrotar seu candidato, Andrés Arauz, ex-ministro do Conhecimento e Talento Humano no governo de Rafael Correa.

No primeiro turno das eleições, Arauz obteve 3 milhões 33 mil votos e Lasso 1 milhão 830 mil, uma ampla diferença de 1 milhão 230 mil votos (vantagem de 13%) que o projetou como ocupante seguro do Palácio Carondelet.

O Grupo Puebla (GP) não escondeu sua alegria e publicou um comunicado emocionado no qual parabenizava "o extraordinário trabalho de Arauz e sua equipe de campanha, que, contornando todo tipo de obstáculos e ameaças legais e políticas, obtiveram apoio significativo para o movimento progressista projeto inspirado na revolução cidadã do ex-presidente Rafael Correa, que deve continuar."

A referida organização (GP) reúne presidentes ou ex-presidentes da região: Lula e Dilma Rousseff do Brasil; Rafael Correa do Equador; Evo Morales e Luis Arce da Bolívia; Gustavo Petro e Ernesto Samper da Colômbia; Jorge Rodríguez, vice-presidente da Venezuela; Alberto Fernández e Cristina Kirchner da Argentina; José Mujica, do Uruguai; Fernando Lugo, do Paraguai.

Também fazem parte do GP Maximiliano Reyes, Subsecretário para América Latina e Caribe do México, pessoa de confiança de López Obrador; Aída García Naranjo e Verónika Mendoza do Peru, e o ex-presidente do Governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, alabardeiro assalariado do ditador Nicolás Maduro.

Diante dos resultados iniciais, Evo Morales comemorou em grande estilo. “Já ganhamos”, disse, acrescentando a indignação de alguns setores não reconhecerem “o voto indígena, incitando ao ódio e ao desprezo”.

Em seguida, organizou uma manifestação para receber Arauz, um comício onde destacou que a esquerda revolucionária, anti-imperialista e anti-americana havia triunfado.

Porém, contra todas as probabilidades, no segundo turno eleitoral Lasso obteve 4 milhões 656 mil votos e Arauz, 4 milhões 236 mil, uma diferença de 400 mil votos a favor do primeiro. O GP decidiu se vingar de quem os havia humilhado politicamente, lançando uma pérfida campanha de demolição, cheia de insultos e calúnias.

O Parlamento, de maioria correista, convocou os ministros de Lasso mais de 300 vezes, solicitou 1.400 pedidos de informação e ativou 14 julgamentos políticos para desestabilizar o gabinete.

A crueldade, a crueldade, a malícia contra um chefe de Estado honesto chegou a níveis de infâmia ao tentar destituí-lo acusando-o de peculato para um contrato assinado por seu antecessor, Lenin Moreno, um absurdo que projeta a conduta anética dos desocupados.

Anteriormente, eles haviam falhado nessa manobra tracalera quando queriam removê-lo por não cumprir suas promessas de campanha.

Agora, mais uma vez, Lasso derrotou o GP ao apelar para o artigo 148 da Constituição que permite, perante uma grave crise, dissolver a Assembleia para que o Júri Eleitoral convoque novas eleições presidenciais e parlamentares, num prazo estimado de quatro meses, período de tempo que o presidente governará por meio de decretos legislativos, fiscalizados pelo Tribunal Constitucional.

Lasso já começou a trabalhar aprovando uma reforma tributária que aumenta o valor das despesas anuais dedutíveis para 15.294 dólares para benefício de 341.000 contribuintes que economizarão em média 558 dólares no pagamento do imposto de renda.

Da mesma forma, assinou uma Lei de Fortalecimento da Economia Familiar que beneficia 460.000 famílias em situação de pobreza com 200 milhões de dólares, ao mesmo tempo que continuará a luta contra o narcotráfico, lembrando que em seu ano e 11 meses de gestão, a polícia apreendeu 450 toneladas de cocaína, o dobro dos governos anteriores.

Porém, a ofensiva do GP vai se intensificar e, para isso, conta com um capital enorme e especialistas em todas as áreas.

O bloco chavista é irredutível na defesa de sua panaca política.

Pedro Castillo ainda é reconhecido como o presidente legítimo, apesar de ter tentado um golpe de Estado e estar envolvido em inúmeros casos de corrupção. Sua sucessora, por mandato constitucional, a senhora Dina Boluarte, é violentamente atacada e tachada de usurpadora. O sectarismo os levou ao extremo insano de recusar-se a entregar ao Peru o secretário pro tempore da Aliança do Pacífico, afetando o mais bem-sucedido acordo de integração hemisférica.

Com esses antecedentes, não temos dúvidas de que os governantes do socialismo do século XXI travarão uma feroz batalha contra o presidente equatoriano.

Publicado em infobae.com sábado dezembro 30, 1899



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