Evo: o açougueiro do Chapare

Hugo Marcelo Balderrama

Por: Hugo Marcelo Balderrama - 21/04/2024

Colunista convidado.
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Sobre Evo Morales há uma enorme contradição entre o que dizem seus biógrafos e o que revela o próprio cocaleiro. Por exemplo, os seus aduladores do progressismo argentino descrevem-no como um homem de elevadas capacidades intelectuais e grandes talentos artísticos. Porém, as abordagens de Evo à arte se reduzem a tocar trompete na Royal Imperial Band, grupo cuja capacidade musical não ultrapassa a agitação das ruas nas típicas lojas malfeitas do carnaval de Oruro, nada muito diferente de uma murga ou de um futebol de bar. .

Mas enquanto seus elogios gastavam rios de tinta inventando talentos, o próprio cocaleiro confessou que seu pai subornou o professor para evitar reprovação. Suas palavras exatas foram: «Evito que você fique com seus companheiros. Eu já estava matriculado na oitava série sem cursar a sétima. "Foi preciso uma ovelha para me fazer faltar a um curso."

Porém, os sinais de falta de cultura e ignorância não param por aí. Em 2013, por ocasião da assinatura de um decreto que reduziu os impostos sobre a comercialização de livros, ele disse, literalmente: “Estou com esse problema. Não gosto de ler".

Em suma, Evo não é um homem de livros ou dons artísticos, o seu verdadeiro talento é a capacidade de organizar atos terroristas e criminosos. Na verdade, bloqueando estradas e destruindo a economia da Bolívia foi como ele se tornou presidente em 2005, embora não possamos esquecer a ajuda que Carlos Mesa lhe deu em outubro de 2003. Porém, nesta nota nos concentraremos no Massacre do Hotel Las Américas.

No dia 16 de abril de 2009, a Bolívia acordou com a notícia de uma troca de tiros entre o corpo de elite da Polícia Nacional e um grupo terrorista formado por vários estrangeiros.

Como resultado do confronto, o húngaro-boliviano Eduardo Rozsa Flores, o romeno Árpad Magyarosi e o irlandês Michael Dwyer foram mortos a tiros, enquanto o boliviano-croata Mario Tadic e o húngaro Elod Toaso foram levados sob custódia para a cidade de La Paz. .

Evo, que naquele dia estava na Venezuela, confessou aos seus chefes (Hugo Chávez e Raúl Castro) que ordenou a operação para, nas suas palavras, "proteger a pátria" dos interesses separatistas da oligarquia de Santa Cruz e, ao mesmo tempo, tempo, pare uma tentativa de assassinato.

Porém, poucos dias depois, o governo começou a lançar versões contraditórias, pois passaram de acusar os falecidos de terem sido alvejados pela polícia e passarem a presumir que eram os policiais uniformizados que usavam explosivos, algo que o comandante da Polícia Nacional Víctor Hugo Escobar.

Posteriormente, os peritos concluíram que os falecidos foram executados sem terem disparado um único cartucho. Em seu livro Las Américas Hotel Massacre, Emilio Martínez afirma:

Longe de ser o “ataque flagrante” que o governo utiliza, as ações no Hotel Las Américas foram uma operação de precisão, ao melhor estilo cubano. O circuito de câmeras de vigilância foi cancelado e alguém acessou o sistema de informática do hotel, apagando as gravações da terça-feira, dia 14, dia da chegada dos estrangeiros ao hotel. Eles também apagaram registros da Internet, tudo sem ordem judicial.

Em suma, a polícia agiu como meros pistoleiros do cartel, mas não como agentes da lei e guardiões das leis.

Numa tentativa desesperada de consolidar a sua narrativa, o governo chegou a utilizar fotografias de um clube de airsoft no Facebook para acusar jovens de Santa Cruz de receberem treino do grupo “terrorista” recentemente eliminado.

A verdade é que o cocaleiro conseguiu o que queria, já que o movimento cívico de Santa Cruz foi decapitado e os seus líderes mais importantes ficaram presos durante vários anos, incluindo Zvonko Matkovic.

A gestão de Jeanine Añez encerrou o caso e permitiu que os acusados ​​injustamente recuperassem a liberdade.

Em 2022, já na gestão de Arce Catacora e no início da disputa interna do Movimento ao Socialismo, vazou o relatório da CIDH, que indicava que o Estado cometeu execuções extrajudiciais e tortura, além de abusar da figura do pré -prisão experimental.

Foram necessários mais dois anos para que o Ministério Público abrisse um processo de investigação sobre as execuções extrajudiciais, por motivos óbvios, Evo Morales e García Linera seriam os principais investigados. Evo, numa clara demonstração de nervosismo, primeiro disse que não compareceria ao tribunal, depois acusou García Linera de ser o responsável, já que estava viajando no dia da operação.

Será o fim do reinado de terror de Evo e dos seus capangas?

Não sabemos, mas também não deveríamos estar felizes, pois tudo responde a uma batalha entre duas facções criminosas que pretendem ficar com o saque do Estado e o controlo da economia do crime.


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