A Bolívia vive uma guerra permanente

Hugo Marcelo Balderrama

Por: Hugo Marcelo Balderrama - 12/05/2025

Colunista convidado.
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Após a queda do Muro de Berlim, nós no Ocidente pensamos que as ameaças totalitárias eram coisa do passado. No entanto, isso não passou de um romantismo muito ingênuo, pois Fidel Castro, a China e a própria Rússia tinham outros planos. Para eles, a guerra não estava perdida, mas era apenas uma batalha. Sua estratégia era dar um passo para trás e depois dois para frente.

De fato, o Foro de São Paulo, fundado por Lula da Silva e Fidel Castro em 1990, serviu como um catalisador para que as fileiras dos militantes socialistas se reinventassem em torno de novas bandeiras e fetiches revolucionários, como o indigenismo. Seu objetivo era o mesmo dos agitadores e guerrilheiros da década de 1970: tomar o poder e estabelecer sistemas socialistas nas Américas. No entanto, eles fizeram ajustes em seu método: primeiro, conquistaram a opinião pública e depois pegaram em armas.

Essa foi a metodologia que eles usaram para derrubar os governos de Mahuad no Equador, Duhalde na Argentina e Sánchez de Lozada na Bolívia. A este respeito, Douglas Farah, especialista em criminalidade transnacional, explica:

Fidel Castro aconselhou Hugo Chávez e o presidente boliviano Evo Morales, em reuniões em 2006, a evitar a revolução armada em favor do uso do processo eleitoral para ganhar poder e então mudar as constituições e estruturas legais de seus países, garantindo que pudessem governar perpetuamente.

Portanto, tomar o poder não é um ponto de chegada, mas um primeiro passo, uma marcha constante, como diria Mao Tsé-Tung. Depois vem o ataque gradual a todas as instituições sociais: famílias, escolas, empresas privadas e associações voluntárias, incluindo igrejas. O objetivo final é colocar tudo sob o controle do aparato estatal.

Nesse sentido, o fato de Arce Catacora ter estabelecido um aumento de 10% no salário mínimo e de 5% no salário-base não é um erro por ser um mau economista; Este é um ataque deliberado e bem planejado contra a sociedade boliviana. Um ataque que segue o mesmo caminho de nacionalizar a moeda, aumentar a burocracia, oferecer serviços de saúde precários e fortalecer sindicatos — na verdade, quadrilhas a serviço da ditadura.

A consequência desse estado de guerra civil permanente é uma crise cada vez mais profunda. A propaganda tenta disfarçar isso. Sempre nos dizem que o país está progredindo econômica e industrialmente e que a situação é invejada na região, mas a realidade é que estamos passando de uma crise para outra. Além disso, tem havido uma crescente escassez de alimentos e combustível como um tributo à incompetência e à maldade. Não são erros, mas crimes bem planejados.

O MAS ameaça constantemente o país. Eles sabem que quanto mais perto chegarem do controle total da vida dos bolivianos; mais necessários serão o terror e a violência extrema. Isso nos leva ao próximo ponto, a semântica revolucionária.

A mentira sobre a economia nacional saudável e próspera é contada para enganar os bolivianos comuns; eles nos veem como inimigos; As declarações não pretendem expressar a verdade, mas sim servir como arma de guerra à ditadura do MAS. Não esperemos soluções do regime; seu objetivo não é colocar o país no caminho do desenvolvimento, mas sim administrar a pobreza. É por isso que nos deixaram sem dólares, nos sufocaram com impostos e nos empobreceram com inflação.

Também não deveríamos nos surpreender que eles estejam construindo grandes edifícios e aumentando o número de empresas estatais. Sim, é um desperdício, mas, ao mesmo tempo, é uma demonstração de poder. Eles estão gritando na nossa cara que eles são ricos e nós somos miseráveis. Lembre-se, o regime não está interessado em eficiência econômica, mas em propaganda. Mas o pior é ver uma população subjugada e resignada às filas por combustível e pão.

No ritmo atual, o Museu Orinoca, a Casa del Pueblo e prédios abandonados se tornarão os adornos que decoram o mausoléu do que a Bolívia um dia foi.


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