A agressão de Cuba contra a Europa e aliados na invasão da Ucrânia pela Rússia

Carlos Sánchez Berzaín

Por: Carlos Sánchez Berzaín - 20/11/2022


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Desde os atos preparatórios da invasão da Ucrânia pela Rússia até o atual acobertamento de crimes contra a paz, guerra e crimes contra a humanidade, o regime cubano participa ativamente com a Rússia nessas violações da paz e segurança internacionais como seu operador diplomático. e principal plataforma do invasor nas Américas. A ditadura cubana, que há décadas recebe apoio econômico e político aberto da Europa e dos países europeus, é hoje a agressora e inimiga da Europa, de seus países membros e de seus aliados.

O Fórum "Cuba na invasão da Ucrânia pela Rússia" do Instituto Interamericano para a Democracia chamou a atenção para o importante papel da ditadura cubana no apoio às agressões e crimes da Rússia na invasão da Ucrânia, que se converteu no " trincheira de defesa da Europa" contra a violação da paz e segurança internacionais. Cuba é hoje um país agressor contra os países da Europa e da União Européia que lhe dão apoio econômico, comercial e político.

A invasão da Ucrânia pela Rússia é estrategicamente uma agressão contra a Europa. O facto de a Ucrânia não fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) é a causa que impede uma ação militar direta dos membros deste órgão para assistência coletiva e defesa mútua em casos de agressão, o que, no entanto, não impede que a Ucrânia seja assistido com recursos militares e econômicos e que a Europa, os Estados Unidos e as principais democracias do mundo imponham sanções.

O mundo vive a “Primeira Guerra Global” em que não há neutralidade. No Direito Internacional, a neutralidade para ser tal deve ter dois elementos, “não participação” e “imparcialidade”, de modo que o simples fato de não fazer parte das ações armadas não é neutralidade quando uma das partes é apoiada em conflito em qualquer outra forma que expressa prevenção a favor ou contra.

Quando se participa ativamente no apoio a operações armadas com ações de inteligência, promoção, propaganda, diplomacia e influência em outros países, como faz Cuba em relação à Rússia, estamos diante de uma participação aberta na agressão e na violação do princípio universal da obrigação de "manutenção da paz e segurança internacional" estabelecida como princípio fundamental pela Organização das Nações Unidas.

Além dessas constatações legais, os fatos comprovam que os regimes russo e cubano possuem elementos comuns, pois são governos com prisioneiros, perseguidos e exilados políticos. Ambos detêm o poder através do “terrorismo de Estado” e com violação dos direitos humanos. Putin e Castro/Diaz-Canel eliminaram a liberdade de expressão e de imprensa, acabaram com o "estado de direito", simulam a separação e independência dos poderes públicos e são regimes de força. Cuba faz escravidão no século 21, explorando técnicos, profissionais e pessoal, e a Rússia faz recrutamentos obrigatórios de jovens para enviá-los à guerra contra sua vontade e sem treinamento adequado.

Em 23 de fevereiro de 2022, o regime informou que "Cuba se alinhou com a Rússia e pede ao Ocidente que pare de intervir na Ucrânia" por meio do ditador Díaz-Canel, expressando que "o esforço dos Estados Unidos para impor a expansão progressiva da OTAN rumo à as fronteiras da Federação Russa constituem uma ameaça à segurança nacional deste país...” Em 28 de fevereiro, Cuba apoiou a Rússia na votação da ONU sobre a Ucrânia. Em 8 de março de 2022, o mesmo ditador cubano escreveu que "o conflito poderia ter sido evitado se as reivindicações de garantia de segurança da Rússia tivessem sido tratadas com seriedade e respeito".

Cuba votou repetidamente a favor da invasão russa da Ucrânia nas Nações Unidas. Em outubro, fez isso junto com as ditaduras da Coréia do Norte, China, República Centro-Africana, Eritréia, Irã e Nicarágua. À frente do socialismo ou castro-chavismo do século XXI, Cuba levou as ditaduras da Venezuela e da Bolívia e os governos paraditatoriais da Argentina e do México a abandonar o voto ou a abster-se, outra forma de apoio ao invasor, porque na face a crimes contra a paz, crimes de guerra e crimes contra a humanidade a abstenção é apoio ao criminoso. Não há abstenção possível do crime, é apenas uma fachada de cumplicidade.

Em julho de 2022, Putin aumentou o apoio à ditadura cubana, enviando combustível e outros. O trabalho dos serviços de inteligência cubanos na agressão européia está em operação e já foi solicitado o recrutamento de "voluntários cubanos para apoiar a Rússia".

*Advogado e Cientista Político. Diretor do Instituto Interamericano para a Democracia

Publicado em Infobae.com



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