Por: Carlos Sánchez Berzaín - 11/08/2025
Separar o crime da política para que o crime organizado não mais se beneficie da soberania, representação e imunidades que correspondem aos chefes de Estado e representantes democráticos é a essência da luta travada há décadas por povos subjugados pelas ditaduras do socialismo do século XXI. Em um marco importante para a liberdade, os Estados Unidos reconheceram a Venezuela como um "país refém de uma gangue criminosa", aumentando a recompensa pela captura do ditador Nicolás Maduro para US$ 50 milhões.
Em nome do governo Trump, a Procuradora-Geral dos EUA, Pan Bondi, anunciou em 7 de agosto que aumentaria a recompensa pela prisão do ditador Maduro para US$ 50 milhões. Ela declarou: “Maduro usa organizações terroristas estrangeiras como o Trem de Aragua, o Cartel de Sinaloa e o Cartel dos Sóis para trazer drogas letais e violência para o nosso país”. Ela também declarou: “Até o momento, a DEA apreendeu 30 toneladas de cocaína ligadas a Maduro e seus cúmplices, das quais quase 7 toneladas estão ligadas ao próprio Maduro, uma fonte crucial de receita para cartéis sediados na Venezuela e no México. Essa cocaína é frequentemente misturada com fentanil, o que levou à perda e destruição de inúmeras vidas americanas”.
O Subsecretário de Estado Christopher Landau explicou e declarou que: “Normalmente, quando há divergências entre países, representantes de ambos os governos podem se reunir para tentar resolvê-las; é disso que se trata a diplomacia. Mas isso pressupõe que ambos os países tenham um governo. Infelizmente, esse não é o caso da Venezuela, que foi sequestrada por uma gangue criminosa. Portanto, nossas relações com a Venezuela são fundamentalmente uma questão de aplicação da lei, não de diplomacia…”
A definição da política externa baseou-se na decisão anunciada pelo Procurador-Geral dos EUA. Landau especificou a "recompensa de até US$ 50 milhões por informações que levem à prisão de Nicolás Maduro, líder do cartel que agora controla o país. É a maior recompensa da nossa história e o dobro daquela oferecida a Osama Bin Laden..."
Os governos democráticos da região e do mundo, que assim como os Estados Unidos, são vítimas dos criminosos que detêm o poder por meio das ditaduras do socialismo do século XXI, que transformaram Cuba, Venezuela, Nicarágua e Bolívia em narcoestados, precisam apoiar a definição de política externa dos EUA, pois é de sua natureza combater e não coexistir com o crime e a delinquência, mesmo que sejam apresentados por meio de uma narrativa socialista ou pseudorrevolucionária.
As ditaduras de Cuba, Nicarágua e Bolívia sabem que estão na mesma situação que a Venezuela. Governos paraditatoriais já começaram a agir em favor dos interesses criminosos de seus governantes, como no caso do presidente Gustavo Petro, da Colômbia, que "apoiou a ditadura de Maduro após o aumento da recompensa americana por sua captura".
Gustavo Petro foi acusado por Armando Benedetti, seu próprio embaixador na Venezuela, de ter sido financiado por Maduro e pelo regime. Em 17 de julho de 2025, Petro assinou o chamado "memorando de entendimento" com o regime de Maduro para criar a Zona Binacional de Paz, União e Desenvolvimento. Este memorando abrange os estados venezuelanos de Táchira e Zulia, e os departamentos colombianos de Norte de Santander, Cesar e La Guajira. Este memorando é descrito como uma "zona binacional de impunidade para o narcotráfico, o terrorismo e os grupos armados irregulares". Este mesmo Petro agora apoia novamente a ditadura de Maduro, falando em "agressão armada".
Por sua vez, há evidências de que o presidente brasileiro Lula da Silva discutiu a questão de Maduro com Putin com o objetivo de influenciar o relacionamento que o presidente Trump está promovendo para pôr fim à invasão russa da Ucrânia. Ações internacionais estão sendo tomadas para proteger o crime organizado, buscando trazê-lo de volta à arena política antes que outras ditaduras sigam o exemplo.
A ditadura satélite mais importante da expansão cubana do século XXI é identificada e tratada como um grupo criminoso. Suas operações criminosas são mundialmente conhecidas, e a Venezuela é um país sequestrado e ocupado por uma gangue criminosa.
O próximo passo é a aplicação da lei, com todos os países obrigados a cumprir a Convenção de Palermo, a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional.
* Advogado e cientista político. Diretor do Instituto Interamericano para a Democracia.
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