Pátria ou narcosocialismo

Hugo Marcelo Balderrama

Por: Hugo Marcelo Balderrama - 16/01/2023

Colunista convidado.
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A queda do bloco soviético no início dos anos 1990 não significou o fim do socialismo, mas apenas sua mutação discursiva. A esquerda substituiu a luta de classes pela guerra dos sexos, confronto inter-racial e narrativas ecológicas. Mas a sede da sede do crime organizado também foi transferida de Moscou para Havana.

Da mesma forma, Fidel Castro, Lula da Silva e outros bandidos entenderam que os rublos comunistas deveriam ser substituídos por narcodólares, as invasões guerrilheiras pela "diplomacia popular" e a agressão frontal aos Estados pela infiltração por meio de ONGs. O objetivo final do Foro de São Paulo era dominar a região formando uma rede de narcoestados que responderiam a Castro.

Desde o nascimento do Foro de São Paulo, os países da região vêm sofrendo ataques às suas instituições democráticas. Por exemplo, o golpe liderado por Hugo Chávez em 1992, ou os atos subversivos organizados por Evo Morales e seus capangas na Bolívia entre 2000 e 2003. Onde colocaram suas garras, deixaram luto, sangue, morte e caos.

Com a vitória eleitoral de Hugo Chávez em 1998 e o golpe de Estado de Evo Morales em 2003, o Foro de São Paulo embolsou dois países estratégicos: a Venezuela pelas receitas do petróleo e a Bolívia pela sua posição geográfica altamente invejável. Finalmente, depois de várias décadas, Fidel Castro realizou seu sonho de expandir sua tirania para além de Cuba.

Desde o início de seu mandato, Morales mostrou sua submissão a Havana. Primeiro, aceitou que as "missões médicas" cubanas chegassem à Bolívia. Depois permitiu que forças militares (cubanas e venezuelanas) operassem em território nacional. Finalmente, ele expulsou o DEA do país. Morria a República da Bolívia, nascia o narcoestado plurinacional.

Da mesma forma, Evo Morales redirecionou a política externa boliviana em defesa do narcotráfico. Para citar um caso, em 2015, na Sessão Especial da Assembleia das Nações Unidas sobre Drogas, reunida para revisar e aprimorar as políticas sobre o assunto, o cocaleiro afirmou orgulhosamente que havia expulsado o DEA e, ao mesmo tempo, melhorou a luta contra o narcotráfico sem a intervenção dos Estados Unidos.

No entanto, apesar do discurso artificialmente ideologizado, a realidade mostra o contrário. A Bolívia é um narcoestado governado por um cartel. A esse respeito, o jurista boliviano Carlos Sánchez Berzaín expressa o seguinte:

Desde o acordo do projeto Castro e Chávez, com Morales no governo da Bolívia, os cultivos ilegais de coca aumentaram de 3.000 para mais de 40.000 hectares que produzem cerca de 3.000,100 milhões de dólares anuais para o narcotráfico para a economia do estado multinacional e a corrupção ; A Venezuela é o principal centro de tráfico na área; O Equador aumentou seu status de tráfico e não consegue explicar casos oficiais como o da "narco mala diplomática"; Cuba acaba de descobrir um carregamento de aproximadamente 360 ​​quilos de cocaína no Panamá; Investigações da Univisión, Veja del Brasil, respeitados especialistas afirmam que a Bolívia de Evo Morales e a Venezuela de Chávez e Maduro poderiam ser consideradas narcoestados.

Portanto, não deve nos surpreender que a ditadura boliviana tenha iniciado seu ataque final contra Santa Cruz. Uma, porque a dramática situação econômica do país faz com que a população seja incapaz de protestar contra a desvalorização, a inflação e o boom da gasolina. Dois, porque a crescente demanda por cocaína boliviana exige que mais terras sejam convertidas em cocais.

Mas o perigo da narcoditadura não se limita à Bolívia.

Desde a chegada de Pedro Castillo à presidência do Peru, Evo Morales tenta expandir sua rede de narcotráfico para aquele país. Após a fracassada tentativa de golpe de Castillo, Morales interveio com mais força no país vizinho, mobilizando inclusive cidadãos bolivianos nos conflitos na província peruana de Puno. Por isso, a presidente Dina Boluarte decidiu negar a entrada de Evo e seus bandidos em território peruano.

A luta dos nossos povos não é entre duas opções políticas, mas entre o narco-socialismo e a pátria.


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