Por: Luis Gonzales Posada - 17/09/2025
O Conselho da Europa, composto por 41 Estados, censurou o governo de Vladimir Putin por sequestrar milhares de crianças ucranianas e transportá-las para seu território. Nesse contexto sórdido, uma investigação da Universidade de Yale (EUA) denunciou a existência de uma rede de 210 instalações para onde 35.000 crianças foram transferidas.
O relatório acrescenta que "os menores são reeducados no patriotismo russo, recebem instrução militar e são treinados em guerra de trincheiras" — uma manipulação perversa, desumana e ilegal que não deve ficar impune.
Recordemos também que, em março de 2023, o Tribunal Penal Internacional (TPI) ordenou a prisão da autocrata russa e Comissária para os Direitos da Criança, Maria Levova-Belova, por este grave crime que, segundo o Estatuto de Roma (artigo 7), constitui um "crime contra a humanidade", bem como o homicídio, a escravatura, a deportação ou transferência forçada da população, o desaparecimento forçado de pessoas, a perseguição de um grupo ou coletividade com identidade própria, com base em motivos políticos, raciais, étnicos, culturais, religiosos.
Por sua vez, Daria Herasymchuk, conselheira do presidente Zelensky para a infância, afirmou que apenas 20.000 crianças sequestradas foram identificadas, das quais 1.604 foram recuperadas. O paradeiro das demais é desconhecido, e não se descarta que algumas das vítimas estejam mortas ou na prisão.
Ele então afirma que "os russos estão cometendo genocídio. Seu objetivo é assassinar, ferir ou sequestrar crianças de todas as idades. Eles sofrem militarização e doutrinação política. São privados de sua identidade nacional, forçados a ter passaporte e falar russo. E sabem que, quando completarem 18 anos, serão forçados a se juntar às fileiras do seu exército para lutar contra a Ucrânia." (Diario Expresso do Equador, 15 de setembro de 2025)
Em resposta a esses atos bárbaros, uma coalizão internacional foi formada para resgatar esses menores e devolvê-los à sua terra natal. Essa aliança diplomática reúne 42 países, incluindo Costa Rica, Argentina e Chile. O Equador planeja aderir, e esperamos que o Peru siga o exemplo.
É estranho, no entanto, dada a gravidade dos eventos, que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) permaneça em silêncio, assim como centenas de ONGs que trabalham para proteger os direitos humanos.
Resumindo: a Rússia continua a bombardear prédios residenciais, hospitais e escolas em um conflito que deixou um milhão de pessoas mortas ou feridas de ambos os lados, enquanto a destruição da infraestrutura da Ucrânia é estimada em US$ 580 bilhões, de acordo com a ONU.
Somente mais sanções, combinadas com o isolamento e a pressão europeia e americana contra Putin, podem pôr fim a este capítulo de terror em um mundo sem regras ou garantias, onde organizações multilaterais se mostram impotentes para conter um regime totalitário e antiocidental.
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