Por: Luis Gonzales Posada - 05/09/2025
O título desta coluna faz referência à presidente mexicana Claudia Sheinbaum, que mais uma vez defendeu publicamente o ex-presidente Pedro Castillo, argumentando que ele está "injustamente preso, vítima de perseguição política". Ela anunciou que recorrerá à ONU "para garantir o respeito aos direitos humanos e à justiça".
Ao fazer essa declaração descarada, o presidente mexicano viola flagrantemente o princípio de não intervenção, consagrado no artigo 19 da Carta da OEA, que estabelece que "nenhum Estado ou grupo de Estados tem o direito de intervir, direta ou indiretamente, por qualquer motivo, nos assuntos internos ou externos de qualquer outro".
A Sra. Sheinbaum também se tornou desleal ao seu país ao favorecer Cuba em detrimento de seu próprio país, que tem 39% de sua população vivendo na pobreza e 7% em extrema pobreza, uma porcentagem que abrange 40 milhões de pessoas.
Apesar desses números escassos, o presidente mexicano, em vez de usar todos os recursos do Estado para apoiar compatriotas desfavorecidos, desvia parte dos fundos públicos para subsidiar Cuba.
Somente de maio a julho de 2025, as autoridades alfandegárias registraram a saída de 39 carregamentos de hidrocarbonetos para a ilha, totalizando US$ 850 milhões, valor próximo ao US$ 1 bilhão embarcado entre julho de 2023 e setembro de 2024.
Essas fazendas começaram durante o governo de Andrés Manuel López Obrador, AMLO, que exportou 100.000 barris de diesel e toneladas de alimentos para a ilha.
Não se tratava de ajuda humanitária neutra, mas sim de uma tábua de salvação política para o regime; e, desde então, os carregamentos se tornaram institucionalizados, alertam analistas.
Para fortalecer essa conexão, em maio de 2022, o presidente cubano e primeiro secretário do Partido Comunista, Miguel Díaz-Canel, fez uma visita oficial ao México. Na capital, foi condecorado com a Ordem da Águia Asteca no "Grau de Colar", a mais alta distinção concedida a uma figura estrangeira. AMLO o descreveu como um líder "humanista", ignorando a feroz repressão que lançou em 2021 contra milhares de cidadãos pacíficos que protestavam contra a escassez de alimentos e medicamentos, cortes de energia e falta de liberdade. Oitocentos participantes foram presos por "sedição, vandalismo, roubo e desordem pública", e 172 deles receberam penas que variam de quatro a 30 anos de prisão.
O México, por outro lado, está preso em um ciclo de violência. Durante o governo de AMLO (2018-2024), houve 196.000 assassinatos, número superior ao de seus antecessores, os ex-presidentes Peña Nieto e Felipe Calderón, que registraram 102.000 e 80.000 mortes, respectivamente.
Outro problema sério para o México é que entre 12 e 14 milhões de pessoas são imigrantes ilegais nos Estados Unidos, muitas das quais estão escondidas, clandestinas, temendo detenção e deportação não apenas por serem indocumentadas, mas também por estarem ligadas ao tráfico de drogas.
Uma reportagem do New York Times indica que, segundo a DEA e o Departamento de Justiça, o fentanil é produzido quase inteiramente no México, e outro meio de comunicação alerta que parte do território daquele país é controlado pelos cartéis de Sinaloa e Jalisco Nueva Generación, responsáveis por centenas de assassinatos bárbaros.
Mas nenhuma dessas questões parece importar para o governo mexicano, que está focado em caluniar o Peru e defender Pedro Castillo, o líder do golpe fracassado.
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