Por: Francisco Santos - 02/06/2025
O presidente Gustavo Petro nos acostumou a atirar pedras e esconder a mão dele. Passamos de "Eu não o levantei" para seu braço direito, o corrupto Ministro do Interior, Armando Benedetti, dizendo "nem o governo nacional nem nenhum de nós pode convocar greves". Ele se esqueceu do discurso na chamada reunião pública em Barranquilla, onde Petro propôs claramente esta greve nacional.
Essa demonstração de força foi ruim, muito ruim, para Petro e seus aliados. Será que não tinham dinheiro para ônibus, almoços e o pagamento dos participantes das manifestações, como aconteceu em Barranquilla, onde tiveram que reunir pessoas de todos os cantos da cidade para lotar o evento? Não importa. A verdade é que o esgotamento de Petro se deve ao fato de que, em quase três anos de governo, ele não construiu um único projeto e não tem nada para mostrar. Ou talvez, como diz a música, "palavras, palavras, palavras".
Os armazéns chegam a um ponto em que os cidadãos sentem a insegurança em primeira mão. Os estudantes sentem sua ajuda diminuindo ou seus custos de crédito aumentando. O trabalhador humilde que quer comprar uma casa vê o custo de seus subsídios aumentando ou se esgotando. Três exemplos. O orçamento do Ministério do Esporte passou de 882 bilhões para 463 bilhões. O orçamento do Icetex passou de 5,6 trilhões para 3,6 trilhões. Em relação aos subsídios para moradia, eles eliminaram a cobertura da taxa de juros — 5% para VIS e 4% para VIP — que ajudava os pobres a pagar seus empréstimos. Como se não bastasse, em dezembro de 2024, suspenderam o programa por falta de recursos e, em março de 2025, o reativaram com 803 subsídios. Sim, 803; esse é o Governo da Mudança.
Essa falta de credibilidade, na qual o presidente e seu governo não têm nada a mostrar, cobrou seu preço na quarta e quinta-feira passadas. No entanto, a narrativa continua poderosa, e os amigos assalariados de Petro e sua esquerda radical estão lá, prontos para defender seus negócios e sua renda. Não podemos descartar que, em sua infinita arrogância, e com alguma ajuda de estimulantes, ele mais uma vez convoque seu Partido Socialista dos Trabalhadores (SS) para bloquear ruas e rodovias, repetindo o que aconteceu em 2021, quando conseguiram paralisar o país. Como cidadãos, não devemos baixar a guarda diante dessa possibilidade.
No entanto, precisamos agora começar a pensar na outra alternativa: as eleições de 2026. Não como os partidos, as dezenas de pré-candidatos que concorrem atualmente — além daqueles que ainda não entraram na disputa — e seus financiadores, muitos deles empresários renomados, estão fazendo hoje. Não, precisamos desenvolver uma estratégia muito mais ampla do que apenas apoiar candidatos para ver quem vence.
Primeiro, precisamos entender o descontentamento que levou Petro ao poder e analisar minuciosamente o petrismo brando que existe, que carrega consigo queixas e clama por um futuro válidos. Centenas de milhares de famílias conseguiram enviar seus filhos para a universidade, mas não encontraram emprego ao se formarem. O que podemos dizer a eles? O que podemos oferecer a eles? Há muitas questões como essa que não podemos ignorar. Lidar com essa falta de conhecimento é essencial para termos um país com futuro. Caso contrário, em cinco anos, poderemos voltar à mesma situação de sempre. Não vamos olhar para o curto prazo, para as eleições de 2026, vamos olhar para a raiz do problema. Petro foi um sintoma.
Em segundo lugar, precisamos fazer um grande esforço para mobilizar massivamente os colombianos no exterior. Há 900.000 colombianos registrados, e apenas 190.000 votaram no segundo turno de 2022. Se somarmos os colombianos que emigraram, a contagem de votos pode facilmente chegar a 2 milhões, dos quais 70% não caem nesses caprichos populistas, como foi o resultado de Hernández e Petro. Esquecemos esses milhões de votos, e não deveríamos. Um bom lugar para investir em vez de desperdiçar dinheiro, por enquanto, com candidatos, caros empresários.
Terceiro, precisamos montar uma ampla proteção para as eleições de 2026, não tanto no dia da eleição, o que já deve ser feito, mas antes, com a compra de votos. É preciso mobilizar as pessoas para se infiltrarem nesses espaços onde a compra de votos acontece; eles não são difíceis de localizar. Precisamos realizar campanhas digitais massivas pedindo às pessoas que gravem vídeos onde isso acontece. As mídias sociais são o inimigo número um dessa prática, e precisamos de um exército de cidadãos defendendo o processo eleitoral em todos os seus aspectos.
Em quarto lugar, vender esperança e propor soluções realistas para os problemas que identificamos ao analisar o petrismo brando. Não é Mafe Carrascal ou Margarita Rosa de Francisco que precisamos abordar; é o estudante desempregado, o agricultor sem estradas, o pequeno empresário — a Colômbia que Uribe soube identificar, ouvir e servir.
O próximo governo não pode cair na mesma armadilha de Santos, Duque e Petro: governos desconectados da opinião pública, mas intimamente ligados à mídia por meio da propaganda ou do tráfico de drogas. Vamos esperar até lá, mas, por enquanto, podemos respirar um pouco mais aliviados. Mas não baixem a guarda nem por um segundo até as 15h do dia 7 de agosto de 2026, porque tudo pode ser esperado do Petro.
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