Por: Hugo Marcelo Balderrama - 19/05/2025
Colunista convidado.José, Pepe, Mujica morreram. Seus fãs mais devotados e muitos outros fãs confusos destacaram sua "humildade" e atitude "sincera", já que ele nunca parou de dirigir seu velho Fusca e sua vida privada sempre foi austera. Desculpe, mas esta ainda é uma campanha de marketing muito semelhante à que fizeram contra Evo Morales, Hugo Chávez ou Fidel Castro. Todos os campeões da "modéstia"; Contudo, eles submeteram suas nações às mais cruéis misérias.
José Mujica nasceu em 20 de maio de 1935 em Montevidéu, Uruguai. Desde jovem, atuou na esquerda radical e, na década de 1960, juntou-se ao grupo armado Tupamaros, um movimento de guerrilha urbana inspirado na Revolução Cubana. Como todos os criminosos que receberam treinamento cubano, os Tupamaros estavam longe de ser uma organização pacífica. Eles eram responsáveis por sequestros, assassinatos, atentados a bomba, assaltos a bancos e extorsão. Seu objetivo era impor uma revolução socialista no Uruguai. Especificamente em dezembro de 1971, eles cometeriam um de seus massacres mais memoráveis, o assassinato de Pascasio Báez.
Pascasio Báez Mena (1925-1971) era um trabalhador rural da região de Pan de Azúcar, morava no bairro Escola Industrial daquela cidade. Ele era casado e tinha dois filhos. Como parte significativa da população rural do país, ele simpatizava com o Partido Nacional, embora não tivesse se envolvido ativamente na política. Ele realizou trabalhos relacionados à construção e à confecção de cercas.
No dia do seu desaparecimento, segundo relatos da família, ele havia saído para procurar o cavalo perdido de um vizinho, que havia entrado na fazenda Espartacus. Pascasio não sabia que estava entrando na área do estúdio de tatuagem El Caraguatá, uma rede de esconderijos subterrâneos pertencente à 21ª Coluna dos Tupamaros. Quando os subversivos escondidos na área o descobriram, ele foi preso e levado para dentro do segundo abrigo subterrâneo do complexo. Ele foi então torturado, espancado e enterrado vivo. Naquela época, o "sensível" Mujica era um membro ativo do grupo armado.
Mujica também participou diretamente de assaltos à mão armada e confrontos com a polícia. De fato, em 10 de janeiro de 1971, quando recém-chegado às fileiras dos Tupamaros, Pepe assassinou o humilde cabo da polícia, José Leonardo Villalba, para roubar sua arma de serviço e a carteira onde guardava o salário que acabara de receber. De acordo com o laudo pericial, o corpo do Cabo Villalba foi atingido por sete tiros, todos nas costas. Mujica nunca respondeu por aquele assassinato brutal. Por coisas assim, ele foi preso em 1972 e passou 13 anos na prisão, muitos deles incomunicável, o que seus seguidores usam para justificar sua imagem de "vítima do sistema".
Em 1985, após recuperar sua liberdade, Mujica se distanciou da luta armada e ingressou na política. Em 2005 foi Ministro da Agricultura e em 2010 tornou-se Presidente do Uruguai.
Seu governo, totalmente alinhado ao Foro de São Paulo, não conseguiu instaurar uma ditadura por uma simples razão: sua maioria parlamentar na Câmara dos Deputados era estreita, com apenas um voto. Caso contrário, a história do Uruguai teria sido diferente, talvez muito semelhante à da Bolívia, Nicarágua, Cuba ou Venezuela.
Como forma de compensação, Mujica legalizou a maconha, o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Essas medidas lhe renderam aplausos da esquerda internacional, mas dentro do Uruguai elas dividiram profundamente a sociedade.
Uma vez fora do poder, Mujica se dedicou a defender seus companheiros do socialismo do século XXI. Por exemplo, em maio de 2019, em meio à repressão na Venezuela, o jornalista uruguaio Leonardo Sarro, da Rádio Monte Carlo, perguntou-lhe: "O que você acha de tanques atropelando pessoas?" A resposta do veterano guerrilheiro foi: "Não devemos ficar na frente dos tanques", uma atitude muito cínica e sanguinária para alguém que queria se apresentar ao mundo como um velho bonzinho e inofensivo.
Concluindo, José Mujica não foi o líder pacífico e honesto que os progressistas idolatram; ele era simplesmente um terrorista que depois brincou de democracia e não conseguiu estabelecer uma ditadura em seu país porque as instituições uruguaias conseguiram salvaguardar a estrutura republicana.
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