Por: Hugo Marcelo Balderrama - 21/08/2023
Colunista convidado.Aviões com placas bolivianas apreendidos com carregamentos de drogas em países vizinhos, altas patentes da Polícia boliviana envolvidas em roubo de veículos e tráfico de drogas e uma opinião pública que confia mais nas palavras do narcotraficante mais procurado do mundo (Sebastián Marset ) do que em as do governo nacional são as características mais visíveis do grau de decomposição e putrefação alcançado por esse projeto denominado: Estado Plurinacional da Bolívia.
No entanto, essas características repulsivas não são desvio de uma causa nobre, mas consequências diretas de sua aplicação, já que o Estado Plurinacional nada mais é do que um componente da franquia criminosa do Foro de São Paulo, também denominado Socialismo do Século XXI e Castrochavismo .
Ocorre que nem a alternância no poder, o menor respeito às instituições democráticas nem as liberdades individuais são compatíveis com o Estado Plurinacional, já que seus métodos naturais são a violência e a coerção, em algumas ocasiões através do terrorismo de Estado, em outras usando gangues para gerar sangue nas ruas.
Obviamente, toda essa logística exige um colchão financeiro, dinheiro que vem dos cofres do narcotráfico. A esse respeito, Nicolás Márquez, em seu livro: O impostor, afirma o seguinte:
Apoiado no sempre equivocado progressismo transnacional, Morales soube encenar uma colorida comparsa “original” em seu país, que consistia em substituir a figura do guerrilheiro Guevara pela do incompreendido cocaleiro, substituir a retórica marxista pela indígena, e trocando o sotaque moscovita pelo caraqueño. Como é financiada esta mutação ambiental imaginativa?; Bem, substituindo os rublos da KGB por narcodólares de cocaína.
No entanto, esta simbiose não seria benéfica se os figurões não garantissem primeiro os seus "investimentos" com bons acordos com o Estado. Essa é a razão fundamental pela qual a Bolívia se tornou a Disneylândia dos cartéis de toda a região.
Diferentes centros de pesquisa especializados em crime transnacional, mas especialmente o grupo Insight Crime, afirmam que o ocorrido com Sebastián Marset é o exemplo mais visível do grau de penetração que os cartéis têm nas frágeis instituições estatais, já que o narcotraficante tinha documentação boliviana concedido por pessoas de confiança de Evo Morales, mesmo em sua fuga contou com a ajuda de policiais de alta patente.
Além disso, a permanência de Marset na capital de Santa Cruz também responde a outros motivos. Santa Cruz tornou-se o centro nevrálgico das operações do Primeiro Comando da Capital (PCC). A droga é produzida na região do Chapare, depois é coletada em Santa Cruz, de onde é contrabandeada para o Brasil ou Paraguai para ser exportada para Europa, Ásia e África. A Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad) indicou que Marset comandava toda a cadeia, inclusive a lavagem de dinheiro em cumplicidade com empresários paraguaios.
Na década de 40, Friedrich Hayek publicou um magnífico livro intitulado: Caminho da servidão, no capítulo 10 ele dizia o seguinte:
Assim como o governante democrático que pretende planejar a vida econômica logo se deparará com a escolha de assumir poderes ditatoriais ou abandonar seus planos, o ditador totalitário logo se deparará com a escolha entre dispensar a moralidade comum ou fracassar. Esta é a razão pela qual os inescrupulosos e os aventureiros têm mais chances de sucesso em uma sociedade que tende ao totalitarismo, pois são eles os encarregados de realizar todo o mal imaginável.
É evidente que o socialismo ou castrochavismo do século XXI é o disfarce político do crime transnacional. É a fachada para cometer crimes impunemente e usar os mecanismos do Estado para encobri-los. É a substituição da violência e do terrorismo pela política.
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