Por: Luis Gonzales Posada - 24/11/2023
Guinchado é uma palavra forte, descrita como “som inarticulável de voz aguda, desagradável, de volume elevado, emitido por pessoas ou animais, geralmente em situações de dor ou desespero”.
O termo serve para descrever a reação estridente do chefe de estado colombiano Gustavo Petro ao triunfo de Javier Milei, o novo presidente da Argentina, bem como os comentários histéricos dos líderes do socialismo do século XXI carregados de insultos e calúnias.
O ex-guerrilheiro disse que o resultado eleitoral “é triste para a América Latina”; e antes sustentou que o libertário “nos leva de volta a Pinochet e Videla”, argumento que o mexicano López Obrador repete hoje.
Petro é afetado porque a pesquisa Datexco (novembro de 2023) lhe dá 29% de aprovação e 64% de rejeição, número refletido no insulto que recebeu durante a partida de futebol de seu time contra o Brasil.
Sem dúvida, novos ataques se seguirão, cada vez mais contundentes, porque foi eleito um dos inimigos mais poderosos do chavismo.
Por esta razão, Maduro reagiu violentamente ao afirmar que “na Argentina venceu a extrema direita neonazista que pretende liderar um projeto colonial para a América Latina”.
Lembremos que, anteriormente, Milei sustentou que “Nicolás Maduro e Miguel Díaz-Canel são ditadores, traficantes de drogas e terroristas. Nos seus países não existem direitos humanos e a pobreza é de 90%. Os oponentes são sequestrados, torturados e assassinados. Recebê-los na Argentina seria uma vergonha internacional.”
Também expressou que “Cuba é uma prisão e os Castros – Fidel e Raúl – são assassinos”.
O campo político, então, está marcado há muito tempo e não temos dúvidas de que o regime de Milei exporá os delitos do chavismo, habituado a atacar ferozmente os seus críticos, mas não a ser questionado e muito menos atacado.
A vitória de Milei também reconfigura a geopolítica regional numa altura em que os governos de esquerda estão em colapso.
No Peru, Castillo está preso por ser um líder golpista e corrupto, enquanto seu partido, o Peru Libre, está em agonia.
Na Bolívia, o Presidente Arce e Evo Morales estão a autodestruir-se, alegando ligações ao tráfico de drogas e o Movimento para o Socialismo está desgastado.
Na Venezuela, Maduro não consegue esconder o desastre da sua administração, carregada de provas de corrupção e crimes contra a humanidade. São lembrados, fisicamente, por quase 8 milhões de venezuelanos que migraram por falta de emprego, alimentação, cuidados de saúde e segurança.
Agora o ditador Llanero entrou na esquizofrenia porque as pesquisas de opinião projetam que a social-democrata María Corina Machado (MCM) quase o quadruplica nas intenções de voto para as eleições do próximo ano, de 43,2% para 12,1%, segundo a Megaanálise de agosto, e de 47,2% para 13,5. %, segundo a ORC Consultores em setembro, respectivamente.
Diante da evidência de uma derrota catastrófica, Maduro fez todos os esforços e usou a Controladoria para desqualificar o MCM, apesar de este ser um poder exclusivo dos juízes, de acordo com o artigo 65 da Carta Magna.
Outro facto interessante é que no Equador o Correismo perdeu as eleições presidenciais contra o conservador Daniel Noboa e na Nicarágua o sátrapa Daniel Ortega teve que fechar templos, confiscar os bens da Igreja, fechar os meios de comunicação e deportar centenas dos seus compatriotas, antes da retirada de nacionalidade. Uma repressão indiscriminada e letal que fez com que 605 mil Nicas – 9% da população – se mudassem para a Costa Rica.
O trabalho político de Milei anuncia ser duplo. Por um lado, compactar as correntes democráticas do hemisfério para se contrapor ao Governo Lula, ao poderoso Foro de São Paulo e a Cuba. Por outro lado, levante a voz em defesa dos detidos, torturados e assassinados pelas ditaduras de esquerda. Imaginamos que em cada evento internacional ou através dos seus embaixadores na ONU e na OEA, o bloco de esquerda será exposto nos seus atos de barbárie e corrupção.
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