Por: Beatrice E. Rangel - 05/08/2025
Afundados como estamos em um magma de notícias verdadeiramente perversas originárias de Gaza; Moscou; Kiev; e agora Tailândia, deixamos de notar a incrível eficiência do Romano Pontífice Leão XIV. Em menos de três meses de reinado, ele já tomou uma série de medidas que tornarão a Igreja Católica uma instituição mais aberta e transparente; mais próxima das alegrias e sofrimentos de seus membros; e mais eficiente como corporação global.
Essas medidas incluem a suspensão da excomunhão para fiéis divorciados ou com orientação sexual diferente da heterossexualidade. Ele emitiu autorização para que diaconisas celebrassem a missa e administrassem os sacramentos. Ele ordenou uma reestruturação da organização da Igreja, fortalecendo a base da pirâmide: as igrejas. A partir de agora, essas igrejas devem formar um comitê de fiéis locais em torno dos párocos, com a missão de garantir que cada igreja atenda aos pedidos dos fiéis e supervisionar o bom desenvolvimento moral de cada congregação, a fim de identificar precocemente comportamentos desviantes e coibi-los assim que surgirem. Ele também autorizou os fiéis a inserir, na liturgia eucarística estabelecida, elementos musicais e corais de natureza local, de acordo com a cultura de cada comunidade.
Do ponto de vista da gestão rigorosa da Igreja, as medidas adotadas por Leão XIV incorporam à estrutura institucional um conjunto de princípios de gestão que visam aumentar a transparência, a eficiência e a prestação de contas, aproximando essas estruturas dos fiéis. Nesse sentido, a prioridade foi dada ao centro financeiro do Vaticano. Leão XIV acaba de levantar o sigilo do Banco do Vaticano. Dentro de 90 dias, todas as contas serão tornadas públicas, bem como a origem dos fundos e a destinação dos dividendos. Ele também ordenou o início da elaboração de um catálogo de vendas de imóveis de luxo com vistas à criação de um fundo de assistência às dioceses mais pobres. Decretou ainda a abertura dos Concílios do Vaticano a representantes de outras denominações cristãs, bem como a cientistas, ambientalistas e ateus. Os cardeais poderão retornar às suas dioceses após 10 anos de mandato, se assim o desejarem e tiverem cumprido os deveres que lhes foram atribuídos no dia de sua elevação. A partir de agora, os conclaves para a eleição do Sumo Pontífice não serão mais realizados a portas fechadas. Os membros das dioceses poderão participar — sem direito a voto. Os títulos nobiliárquicos emitidos pelo Vaticano serão eliminados, e o título de Romano Pontífice será alterado de Vigário de Cristo para Servo de Cristo. Por fim, Leão XIV declarou que dará continuidade à missão iniciada por Paulo VI, com o objetivo de alcançar o entendimento entre as Igrejas, a fim de trabalharem juntos pela paz e pela unificação da Igreja Católica com outras denominações cristãs.
Em termos de comunicação, ele convocou 1.000 "influenciadores" no auditório da Basílica de São Pedro para estudar formas modernas de comunicação e incorporá-las às operações do Vaticano. Na convocação, ele indicou que esperava que eles se tornassem "Missionários Digitais". Dessa forma, ele semeou a semente da fé nas novas gerações, ao mesmo tempo em que lhes atribuiu a tarefa de atrair seus pares para a fé em Cristo.
Com este pacote de medidas, o Papa Leão XIV ostenta sua nacionalidade e sua educação. Nascido nos Estados Unidos, ele carrega em seu DNA o espírito empreendedor que inspirou um grupo de colonos, muitos séculos atrás, a criar a única democracia liberal do mundo. Como matemático, ele compreende perfeitamente os pontos de equilíbrio de cada sistema, e as medidas visam, com precisão quase cirúrgica, afetar os pontos de equilíbrio da Igreja Católica.
O Vaticano não via uma pessoa tão empreendedora, visionária e eficiente ocupar a cátedra de São Pedro desde a época do Papa Júlio II.
Se for bem-sucedido, ele se tornará o papa mais reverenciado pela humanidade, depois de seu antecessor homônimo, o Papa Leão XIII, responsável por modernizar a Igreja Católica para os tempos da Revolução Industrial. Do meu ponto de vista, Leão XIV garantirá a sobrevivência da Igreja Católica por vários séculos.
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