Equador: vitória da democracia

Luis Gonzales Posada

Por: Luis Gonzales Posada - 26/04/2024


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O presidente do Equador, Daniel Noboa, obteve uma notável vitória política no referendo realizado no último domingo, hasteando suas bandeiras democráticas e homenageando a memória do candidato presidencial, Fernando Villavicencio, assassinado por assassinos do narcotráfico.

A morte de Villavicencio, valente lutador contra a corrupção e as drogas, que enfrentou com coragem, apesar de ameaçado de morte, abriu espaço para a convocação do referendo; e das 11 consultas levantadas, o presidente venceu 9 delas, as mais importantes. E venceu bem, por uma ampla margem, apesar da contracampanha tóxica do correísmo e da esquerda radical.

73% da população apoiou a participação permanente das Forças Armadas no combate ao crime organizado, apoiando a Polícia Nacional; 71% votaram para que os militares fizessem o controle de armas no acesso aos centros penitenciários e 67,69% para que os criminosos cumprissem pena na prisão.

Da mesma forma, 68% votaram a favor do aumento das penas para dez crimes graves, como tráfico de drogas, terrorismo e assassinos de aluguel, e para aqueles que financiam atividades subversivas ou recrutam crianças para fins criminosos.

Por outro lado, 62% dos equatorianos apoiam a promulgação de uma nova lei de confisco de bens para transferir ao Estado os bens apreendidos de criminosos e 60% são a favor da criação de tribunais especializados em questões constitucionais porque, atualmente, todos os magistrados lidam com ações extraordinárias de proteção como habeas corpus ou habeas data, sem formação para essa função especializada, gerando atrasos, congestionamento de processos e favores indevidos.

Outra mudança importante é autorizar a extradição de criminosos procurados no exterior, porque agora está impedida pelo artigo 79 de sua Carta Fundamental, que estabelece que “em nenhum caso será concedida a extradição de homem ou mulher equatoriana”.

Lembremos que Noboa recebeu um país com uma gravíssima crise carcerária, onde 23 grupos criminosos, reforçados pela gangue transnacional venezuelana do Trem Aragua, governam aquelas instalações, causando tumultos sangrentos com tomada de reféns e mais de 400 mortes.

Em 2023, ocorreram 7.592 assassinatos, enquanto no Peru, que é um país muito maior e mais populoso, ocorreram 1.105 homicídios, números que projetam a dimensão do problema dos nossos irmãos do norte.

Uma vez concluído o processo, Novoa tem a tarefa de implementar as decisões emergentes do plebiscito através de alterações constitucionais, leis e rubricas orçamentais. Não é um caminho fácil porque você será assediado ou sabotado internamente e no exterior. O bloco esquerdista do hemisfério já começou a atacar. Maduro, por exemplo, sustentou cinicamente que “o povo espancou Novoa”, ao mesmo tempo que anunciou que “a nossa embaixada será fechada até que Jorge Glas regresse ao México e o Direito Internacional seja restaurado”.

Por sua vez, a Secretária de Relações Exteriores do México, Alicia Bárcenas, obedecendo às instruções do presidente López Obrador, afirmou que solicitará à ONU a suspensão do Equador da organização mundial por invadir sua sede diplomática em Quito.

Um grande absurdo, sem dúvida, produto do ódio e da ignorância do governante asteca. Nem mesmo em circunstâncias extremamente graves para a humanidade algum político fez tal proposta. Recordemos, por exemplo, que em 1979 uma multidão fanática de iranianos, encorajados pelo Aiatolá Khomeini, atacou a embaixada dos EUA em Teerão, queimou a sua bandeira e os arquivos, raptando 52 diplomatas durante 444 dias, mas o governo de Washington não o fez. propor a separação da República do Irão da ONU ou, recentemente, não ouvi nenhuma voz a exigir a expulsão da Rússia por ter invadido a Ucrânia e bombardeado escolas, hospitais e casas;

O dever de todos os democratas latino-americanos, consequentemente, é fornecer o mais amplo, franco e firme apoio aos esforços do Presidente Noboa, um governante com ideias claras e decisões firmes, que se propôs fazer avançar o seu país que, por extensão, também é nosso.


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