Por: Carlos Ruckauf - 10/07/2025
Colunista convidado.Douglas Farah, em um estudo recente, analisou o feudalismo no Chaco, Santiago del Estero, Catamarca e Formosa e postulou que ele impede a existência da democracia nessas províncias argentinas.
Gostaria de explicar que esta última consequência decorre da ascensão ao poder do socialismo do século XXI, primeiro com Nestor Kirchner e depois com CFK. É um fenômeno que abrange nações inteiras do nosso continente, e o marxismo está tentando disseminá-lo.
A narcoditadura venezuelana está sendo replicada na Bolívia e tenta manter os amigos de Petro no poder manipulando as eleições de 2026.
Na América Latina, nos anos 90, só havia uma ditadura: Cuba e no meu país governava Carlos Menem, com plena Democracia.
Na província de Chaco, o governador era Angel Rozas, da União Cívica Radical, a principal força política de oposição ao governo Menem.
Em Santiago del Estero, Fernando Lobo (PJ) governou (1993), sofreu intervenção federal e então foram convocadas eleições livres e um justicialista venceu, mas alguns anos depois perdeu as eleições.
O mesmo aconteceu em Catamarca com o governador Ramon Saadi (PJ), depois da Intervenção Federal houve eleições livres e, neste caso, o radical Arnoldo Castillo venceu e depois foi reeleito.
Em Formosa, Floro Bogado (PJ) governou e foi derrotado por Gildo Insfran (PJ), que ainda governa.
Ou seja, houve alternância no poder e democracia plena.
Os 4 casos estudados por Farah são perpetuados no poder pelo Kirchnerismo, fenômeno marxista que tomou conta do Justicialismo e também de parte do radicalismo.
De fato, Zamora é o que a Argentina chama de K radical e o último candidato presidencial do radicalismo: Leopoldo Moreau, é hoje um destacado legislador da recém-condenada por corrupção: Cristina Kirchner que, em breve, irá a julgamento oral, acusada de mais crimes, entre eles sua cumplicidade com o Irã.
É verdade que o sistema tributário da Argentina tem uma estrutura falha que permite manobras provinciais, mas somente o socialismo do século XXI o transformou em feudalismo.
Isso não aconteceu com os presidentes Alfonsín (UCR), Macri (PRO) ou o atual presidente Milei (LLA).
*Ex-vice-presidente da República Argentina e ex-ministro das Relações Exteriores
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