Por: Hugo Marcelo Balderrama - 05/05/2025
Colunista convidado.Em The Fatal Conceit, que seria seu último livro publicado antes de sua morte, Hayek alertou que vários pensadores do século XX, incluindo Keynes e Einstein, caíram na tentação de tentar construir uma nova moralidade, uma nova linguagem, um novo sistema econômico e um mundo perfeito usando a razão e dispensando as antigas tradições, especialmente as morais, que eles consideravam imperfeitas e antiquadas. Esse abuso do Racionalismo Construtivista não foi nem mesmo a aplicação do método científico, mas uma nova ideologia totalitária.
Poucos anos depois, no início da década de 1990, nas conferências das Nações Unidas, as principais burocracias internacionais anunciaram ao mundo seus planos para construir um novo mundo "mais justo", "mais equitativo" e "menos desigual". Basicamente, eles estavam nos alertando sobre seu projeto de reengenharia social em larga escala, dirigido e gerenciado por um governo mundial. Esta Nova Ordem foi a implementação do Racionalismo Construtivista sobre o qual Hayek havia alertado.
Embora os documentos da ONU e da agência sejam frequentemente escritos em uma linguagem complicada, além de centenas de reviravoltas semânticas, os planos globalistas geralmente são resumidos em três pilares: 1) Redução da Pobreza, 2) Desenvolvimento Sustentável e 3) Controle Populacional. Vamos dar uma olhada em cada um deles.
Quando grandes burocracias internacionais falam sobre reduzir a pobreza, elas não querem dizer aumentar o investimento, cortar impostos e permitir o capitalismo, mas sim encorajar os governos a criar mais programas sociais, aumentar os impostos sobre os ricos e aumentar a dependência de doações estatais. Agora você entende o que significa a frase "você não terá nada e será feliz"?
Por outro lado, devemos enfatizar que o Desenvolvimento Sustentável não é uma preocupação saudável com a natureza e os animais, mas sim uma tentativa de mudar a ética judaico-cristã, que coloca o homem como administrador da criação, para uma que reduz os seres humanos a um parasita perigoso para a Mãe Terra. Você acha que estou exagerando?
Em 27 de fevereiro de 2010, Francisco Lotero (56 anos), Miriam Coletti (23) e seu filho, Francisco (1 ano e 10 meses) foram encontrados mortos em sua casa. No local do terrível incidente, foi encontrada uma carta escrita pelo pai, que dizia: "Não podemos fazer parte da tragédia que está aquecendo o mundo. Os humanos são um vírus para o planeta." Uma menina de sete meses, que passou três dias abandonada com um tiro no peito, foi a única sobrevivente do pacto de suicídio da família.
Observe a tragédia da questão: cada nova vida não é vista como uma bênção, mas como um inimigo da natureza. Isso nos leva ao próximo ponto: controle populacional.
Em 1992, a Cúpula da Terra, ECO 92, foi realizada no Rio de Janeiro. Foi convocado pelas Nações Unidas para buscar maneiras mais adequadas e criativas de conciliar os imperativos do progresso econômico com as necessidades do meio ambiente. Contudo, um dos seus principais resultados foi a reafirmação, pelas burocracias internacionais, de um programa massivo de controle de natalidade.
Os documentos finais da Cúpula do Rio, conhecidos como Agenda 21, incentivam os governos a desenvolver programas de redução da pobreza e metas demográficas. Observe como todos os pontos se conectam para proteger melhor a natureza e distribuir a riqueza de forma eficiente, porque não há nada melhor do que menos pessoas.
Neste ponto é preciso destacar algo: a perversão da linguagem. Por exemplo, mudar o conceito de família para o de "famílias alternativas" tinha como objetivo erradicar a paternidade das relações de casal. A mesma coisa acontece com termos como "casamento igualitário", "regulamentação da fertilidade" e "aborto" — todos enganos semânticos usados para disfarçar o extermínio legal em massa de bebês no útero e atacar a família.
É claro que nossos países enfrentarão grandes desafios nas próximas décadas. Além dos problemas com a máfia socialista do século XXI, devemos enfrentar as tentativas de dominação global da ONU e seus satélites.
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