América Latina: Liberdade do Crime Transnacional

Hugo Marcelo Balderrama

Por: Hugo Marcelo Balderrama - 06/07/2025

Colunista convidado.
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Em 7 de junho de 2025, na cidade de Fontibón, em Bogotá, durante um evento político para escolher o candidato presidencial de seu partido, Miguel Uribe Turbay foi baleado duas vezes na cabeça e uma na perna. Até hoje, Uribe luta pela vida em uma unidade de terapia intensiva.

Em 9 de agosto de 2023, ao sair de um comício político ao norte de Quito, Fernando Villavicencio foi morto com três tiros na cabeça. Uma semana antes, Villavicencio havia denunciado uma série de ameaças contra ele por parte de gangues criminosas ligadas ao tráfico de drogas.

Além dos múltiplos tiros na cabeça, técnica usada por traficantes muito bem explicada por John Jairo Velásquez, Popeye, o que une Fernando Villavicencio e Miguel Uribe Turbay?

Os dois políticos entraram em confronto feroz com os chefes castro-chavistas que usurpavam os governos de seus países, Equador e Colômbia, respectivamente. Ambos os ataques inevitavelmente nos lembram do esfaqueamento de Jair Bolsonaro em 2018, ou do tiro que passou de raspão na orelha de Donald Trump em 2024.

Na Bolívia, Evo Morales e sua gangue de cocaleiros atormentam o país desde a década de 1980, embora com intensidade crescente desde o final da década de 1990. Seus métodos incluem o assassinato de policiais e soldados, a destruição de estradas, ataques de atiradores de elite, a judicialização da política e a eliminação física de opositores, como no caso do Hotel Las Américas em 2009.

Os exemplos citados acima devem deixar claro que os militantes do socialismo do século XXI utilizam corrupção, terrorismo, infiltração e assassinatos por encomenda. Em outras palavras, a violência contra opositores, políticos, empresários, jornalistas e ativistas cidadãos é o método usado para moldar o sistema político a serviço dos interesses das redes criminosas. A mensagem pode ser resumida da seguinte forma: quem tiver a coragem de enfrentá-los terá seu destino selado.

Da mesma forma, grupos criminosos comuns são braços operacionais de ditaduras e, assim como os cartéis de drogas, foram transnacionalizados. Entre eles, estão os cartéis Tren de Aragua, Maras, MS13 ou Mara Salvatrucha, Sinaloa, Jalisco, Zetas, Gulf e Reyes Latinos, todos tratados por Rafael Correa como escoteiros inocentes.

Geopoliticamente, a situação é ainda mais delicada, pois o fortalecimento desses grupos criminosos transnacionais permitiu que eles estabelecessem conexões com organizações terroristas, como o Hezbollah, e máfias na Europa, África e Ásia. Em suma, a América Latina vive uma convergência perversa de crime, terrorismo, ditaduras e membros de gangues como Evo Morales, Nicolás Maduro, Gustavo Petro e Rafael Correa disfarçados de políticos. A esse respeito, Leonardo Coutinho, em seu artigo "A Política sob a Mira do Crime Organizado", afirma:

O ponto-chave é que o crime organizado não opera mais apenas à margem do sistema político. Ele o habita, o influencia e, às vezes, o determina. Quando opta por silenciar candidatos com tiros ou cooptar partidos com dinheiro sujo, está votando e, muitas vezes, decidindo com mais eficácia do que o cidadão comum. O "voto do crime" é mais pesado do que o de qualquer cidadão.

Para concluir, continuar tratando esses grupos como partidos políticos ou organizações sociais lhes dá uma validação que não merecem, pois aqui deveríamos nos perguntar: nós, cidadãos, elegemos nossos líderes com nossos votos, ou os bandidos os elegem com seu sangue derramado?


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