A tortura em Cuba - Primeiro Estudio Exaustivo

Prisoners Defenders

Por: Prisoners Defenders - 30/05/2023

Colunista convidado.
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I. INTRODUÇÃO AO ESTUDO E AO RELATÓRIO

Este estudo foi desenvolvido com recurso a uma amostra de 181 presos políticos, tendo em conta como

universo as pessoas que estiveram na lista de presos políticos nos últimos 12 meses (1.277 presos políticos,

Abril de 2022 a Março de 2023). A metodologia combina métodos quantitativos (questionários com perguntas fechadas); e métodos qualitativos (perguntas abertas, entrevistas em profundidade e investigação) sobre o estado legal, físico e psicológico dos presos políticos estudados, incluindo informações sobre actos de tortura e tratamento desumano e degradante contra os arguidos.

O estudo foi realizado com recurso a fontes em primeira mão, em contacto directo com os arguidos, que foram testemunhas directas das situações. Este estudo baseou-se em diversas fontes de informação, a seguir enumeradas:

▪ Presos políticos que são reconhecidos activistas dos direitos humanos e que partilham uma cela ou um

recinto prisional com os casos expostos.

▪ Familiares de sangue e familiares em primeiro grau de presos políticos.

▪ Os próprios presos políticos, se se encontrarem em situações de restrição da liberdade que não

impliquem o internamento num centro penitenciário.

▪ Presos políticos recentemente libertados.

▪ Outros familiares de primeiro grau que cuidam de reclusos que não têm familiares alternativos.

Alguns dos casos foram relatados e documentados utilizando uma variedade das fontes acima

mencionadas.

No total, foram estudados e documentados 181 casos de tortura/maus-tratos. Além disso, de 168 deles,

foram obtidas declarações tabuladas através de um formulário com 38 campos de resposta, o que permite

apresentar estatísticas e extrapolá-las, bem como entregar um resultado analítico em formato de ficheiro

Excel com os resultados dessas 168 declarações, em que as partes interessadas puderam documentar

pelo menos 15 padrões de maus-tratos e tortura:

1. Privação de cuidados médicos entre os presos políticos.

2. Trabalho forçado e trabalho forçado não relacionado com o seu estatuto de arguido ou condenado.

3. Padrões posturais altamente incómodos, prejudiciais, degradantes e prolongados.

4. Confinamento prolongado na solitária.

5. Utilização da temperatura como mecanismo de tortura.

6. Agressões físicas.

7. Condução anormal para locais desconhecidos dos reclusos e dos seus familiares.

8. Desorientação intencional.

9. Privação de fluidos e/ou alimentos.

10. Privação de sono intencional.

11. Privação da comunicação com a família, defesa e parentes.

12. Ameaças a eles, à sua integridade, à sua segurança e à dos seus entes queridos.

13. Ameaça de exibição ou exposição de armas ou elementos de tortura.

14. Sujeição intencional à angústia, tristeza ou incerteza sobre a situação de um membro da família.

15. Humilhação, degradação e abuso verbal.

Publicado em Prisoners Defenders - Faça o download do relatório completo AQUI. Terça-feira, 30 de maio de 2023



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